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Guerra e redes

Como a guerra chega ao mundo pelas redes sociais?

A guerra sempre pareceu um tema distante. Tópico importante em livros de história e nada mais. Mas o cenário inimaginável chegou. O que antes era algo que não causava medo, se tornou real a partir do dia 24 de fevereiro último, quando a Rússia contrariou o pedido mundial e iniciou o ataque à Ucrânia. E foi só acordar e abrir as redes sociais para que a notícia que ninguém queria ler chegasse de todas as formas: a guerra começou.

Isso me fez pensar como ocorria no século passado, nas duas grandes guerras: a Primeira (1914-1918) e a Segunda (1938-1945). De que maneira seus reflexos chegavam aos outros países do globo? Sim, já existiam os jornais, mas acredito que as manchetes, pelo menos aqui, no Brasil, só noticiaram os ataques dias depois. Agora não, tudo é automático. Morreram três pessoas de uma mesma família na Ucrânia, após bombardeio russo, e as fotos rapidamente foram compartilhadas na internet e grupos de WhatsApp.

Desde o primeiro tanque a cruzar a fronteira do país do leste europeu, todas as emissoras de televisão passaram a acompanhar passo a passo o desenrolar do conflito, que tende a ter reflexos, principalmente econômicos, inclusive aqui no Brasil. O apresentador Luciano Huck, em seu programa dominical na Globo, chegou a explicar de forma bem didática o que ocorria a partir de então. ‘Nós não estamos lá, lutando, mas a atitude do Putin vai fazer o preço do seu combustível subir, por exemplo’, explicou. E qual a responsabilidade dessas notícias em tempos de redes sociais?

O de qualquer veículo de imprensa de responsabilidade: fazer a checagem da informação e passá-la da maneira mais real e imparcial possível. Soube que duas emissoras usaram imagens de videogame para ilustrar os ataques russos ainda na primeira semana do conflito, cenas devastadoras. Imagine quem as assistiu? Certamente ficou em pânico. A imprensa séria não publica fake news.

O presidente russo Vladimir Putin, no entanto, acaba de assinar uma lei que determina pena de prisão severa a quem publicar ‘notícias falsas’ sobre as Forças Armadas do país, inclusive a que está na trincheira. Neste caso, ele não quer frear as ‘mentiras’, mas promover a censura. Não quer que o mundo saiba o que acontece por lá, algo possível apenas no século passado. Em resposta, o Tik Tok suspendeu sua atuação no país, pelo menos até ‘analisar as implicações de segurança dessa lei’. E empresas de outros setores, inclusive as norte-americanas como o McDonald ‘s, por exemplo, encerraram as atividades também.

É importante lembrar que nenhum outro país, exceto a Rússia, quer guerra. Todos estão tentando fazer conversas, principalmente com o presidente, para dissuadi-lo de prosseguir com os ataques. Ninguém aspira uma Terceira Guerra Mundial. Mas os reflexos, inclusive econômicos, já começaram a chegar. Se o Brasil, efetivamente, não entrar no conflito – por enquanto tem se mantido neutro, conforme anúncio do governo federal -, vai pagar com o bolso. E é bem doído também. Que a notícia do fim do conflito chegue tão rápido pelas mídias como veio o seu início.

MG

Equipe Jô Ribes Comunicação