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Como combater as fake news

QUEM COMPARTILHA MENSAGEM, SEM CHECAR, É ADEPTO DAS FAKE NEWS

Existe um tipo de ensinamento que, até o início desse século, não se fazia necessário. Mas, com os avanços tecnológicos e comunicacionais – leia-se redes sociais – ele se faz tão importante quanto qualquer outro aprendizado ao longo da vida. Trata-se da Educação Midiática, que tem por base principal a necessidade de checagem de informações recebidas. Com dicas essenciais, ela expõe o processo de criação de uma notícia, como o texto ou vídeo que deve ser visto de maneira reflexiva, como produzir conteúdos com responsabilidade, e com isso, exercer seu poder de cidadão. Tornou-se, portanto, a principal arma no combate a fake news e deve ser trabalhada com todas as idades.

Desde o início da pandemia vemos inúmeras informações, sobre a origem do vírus, possíveis remédios milagrosos, os efeitos da vacina, sendo difundidas sem nenhuma comprovação. Tanto que o Ministério da Saúde criou uma página só para desmentir tais informações, que podem ser muito perigosas. No Irã, um dos países bastante afetados pelo coronavírus, dezenas de pessoas morreram após ingerirem álcool adulterado, porque acreditaram na notícia de que o líquido combatia a Covid-19.

É preciso lembrar que o termo fake news – ou notícias falsas – ganhou força após as eleições norte-americanas de 2016, quando o presidente Donald Trump saiu vencedor. Ele o usava para atacar a imprensa que era contra o seu governo. Mas, na verdade, a prática de difundir notícias mentirosas ocorre há muito tempo.

Hoje as redes sociais são usadas à exaustão por nós adultos, daqui um tempo acontecerá da mesma forma com as crianças, e ensiná-las a interpretar corretamente as informações vai ajudá-las a exercer de melhor maneira a cidadania, com uma visão ampla do que ocorre no mundo. Também é importante dizer que hoje todo mundo é produtor e replicador de conteúdo, a partir do momento que fazemos um post. Pode parecer simples, mas é algo de muita responsabilidade.

As crianças, cada vez mais cedo, têm contato com o smartphone. E com um deles em mãos elas têm acesso ao mundo. A educação midiática começa aí: a partir do momento em que entregamos um aparelho desses para os nossos filhos, temos de dar informações básicas, dizer o que são sites confiáveis, dar critérios de análise crítica, mostrar por meio de reportagens que sejam adequadas com a idade do filho como analisar se ela é verdadeira ou não, além de mostrar o que são as peças publicitárias, ou como um influencer ou youtuber se remunera com a audiência de seus vídeos e fotos. Nós temos o dever de formar novos leitores em um mundo contaminado pela desinformação.

É importante, em primeiro lugar, entender como funciona o processo de uma produção jornalística. Para ser dada, tem de seguir alguns princípios. O primeiro deles – e o mais importante – é checar a veracidade dela. Para tanto, tem de ouvir todos os envolvidos, além de buscar provas contundentes. No caso de uma denúncia, por exemplo, tem de se ouvir tanto o denunciante quanto o acusado. Em jornais, sites e revistas, nunca pode haver uma publicação sem seguir estes critérios. Quando falta algum deles, é problema na certa. A imprensa tem de assumir, até juridicamente o que publica, por isso o cuidado.

Quem cria uma notícia falsa, geralmente busca enganar ‘os olhos’ de quem a vê ou assiste. Usam layouts e endereços parecidos com o dos grandes portais. Mas se você começa a ler o texto vai perceber que, eventualmente, ele não segue as regras do português, usa muitos adjetivos e, geralmente, é opinativo. Tudo que não deve-se ter em uma reportagem jornalística.

Para fugir deste tipo de armadilha – e evitar repassá-las sem critério – tem de investigar informações sobre a fonte consultada; buscar mais notícias sobre o caso em outros sites confiáveis, fazer interpretação de texto e descobrir se ele beneficia alguém. Também existem sites de checagem, como o G1, com o É fato ou fake, o UOL Confere e o E-farsas. Na dúvida, não compartilhe.

MG

Time Jô Ribes Comunicação